sábado, 25 de agosto de 2012

A beleza escondida nos dias iguais

  Outro dia igual a muitos na minha vida.
  Eram sete horas quando o despertador tocou e interrompeu o silêncio profundo que existia no meu quarto. As crianças já se tinham levantado e gritavam por mim.
  Precisava de recuperar do sono para me levantar, mas não consegui fazer, pois o barulho que vinha do quarto dos meus filhos era imenso.
  Tirei uma perna de cada vez da cama, calcei os chinelos e dirigi-me para a cozinha, onde o meu marido preparava o pequeno-almoço. Deu-me uma chávena de café quente, uma torrada e sentou-me na mesa.
  Demorei cinco minutos a comer e, de seguida, percorri o corredor até chegar ao quarto de Marta e Iuri, os meus dois filhos gémeos. Estes discutiam por causa de um livro de banda desenhada.
  Retirei o livro da mão da minha pequena e coloquei-o na estante. Abri o armário, do qual retirei dois pares de meias, dois calções e duas camisolas. Ajudei-os a prepararem-se para a escola e encaminhei-os para a cozinha, onde pegaram nos almoços e os colocaram nas pequenas mochilas.
  Correram para a porta, calçaram-se e dirigiram-se para o carro. Era sempre que os levava porque o meu marido entrava muito cedo. Quando parei o carro, os pequenos deram-me dois beijos enormes e quando se preparavam para sair, regressaram atrás e disseram em coro: 'Adoramos-te mamã!'.
  Reparei nesse momento que eram eles que mudavam o rumo dos meus dias monótonos.

Autoria de: Carolina Gomes

Sem comentários:

Enviar um comentário